"χαλεπὰ τὰ καλά" [Nada bonito sem luta.] (Platão)
Um ode à Erato, musa diretriz da vida e do amor,
descendente da Mnimosis e dona dos lavores
mais belos rapsodiais.
Não ouço mais os aedos da filha do Crônida.
Erato calou-se dos seus lavores belos
aos ouvidos dos grandes e célebres rapsodos
"Donde vem seus cantos belos que o silêncio
se ouve agora na sua boca fechada?"
Há mais tristeza nesses tempos
em que Erato aprisionada em
apaixonadas redes dos pretendentes
da filha do Crônida.
Bravo guerreiro, este, que desafiara
os mais nobres deuses ao aprisionar
o aedo da filha da Memória para si.
Feras e pestes, a raiva dos deuses sobre
o corajoso Aqueu pairá sem falta.
Alvedrio, ouça, querido aqueu,
para que os seus músculos descanse
no leito da deusa Afrodite;
sede ardil entre os homens e os deuses,
conquiste a confiança do Senhor do Olimpo,
se quiseres desposar a Musa, filha de
Mnimosine e Zeus, Senhor do Olimpo e
descendente de Titã.
Porém, não permitas nunca que o aedo se cale
na boca do poeta que da Musa espera o canto.
Com Erato o aedo é mais belo e áureo
como o mais puro amor da Pandemônia.
Vá, bravo aqueu, aprisione eros em suas
corajosas mãos e inspira a filha da Memória
a cantar mais belos sussurros aos rapsodos
do mundo sem falta.
Ana Luiza Pereira
Escrito por volta dos anos 2014.