Queria que a paz do ambiente contaminasse meu interior, mas a paz não é contagiosa e não pode me contaminar. Respiro a paz e desejo que ela me respirasse também.
Observo a paz como se observasse uma grande pintura. Picasso, Monet, Manet, Dalí, Rembrandt, Van Gogh... A paz possui vários retratos e nenhum deles é o meu.
O bom de estar em momentos assim é poder acreditar novamente que a paz existe. Está logo ali, alcançável, mas trabalhosa. Penosa, mas não doentia. A paz não é uma doença que existe, mas a parte mais saudável que apenas vive, e sobrevive às inúmeras batalhas.
A parte ruim da paz é o silêncio, quase que absoluto, que se instaura no lugar. Silêncio bom para uma cabeça inquieta começar a gritar e não mais parar. Nem fazer barulho silencia a voz que há em minha cabeça.
Por fora, o silêncio aterrador. Por dentro, o barulho ensurdecedor. E, mesmo no paradoxo dessa paz, eu mergulho fundo nos meus pensamentos mais sombrios.
Logo, não sei mais onde estou só sei que estou: viva, respirando, existindo, e que lá fora, em algum lugar, há paz e eu posso encontrar, um dia, de novo dentro de mim.
Ana Luiza Pereira
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