Domingo de sol, fui à igreja em busca da Persona Christi encontrado no padre na hora da confissão. Mas ele não estava lá, então fui ao Santíssimo rezar e começar meu Ato de Contrição.
Ouvia da janela os pássaros cantarem bem alto, como pequenos sinos. Sentei-me perto das janelas e dos pássaros para fazer alguma leitura da Palavra e uma mera reflexão sobre minha vida.
Um pouco depois, ouvi passos logo atrás de mim. Virei-me para ver o que era. Vi o meu pároco sendo seguido por um mendigo, logo pensei: "Meu padre foi ajudá-lo."
Continuei ali esperando. A espera se tornou longa, então comecei a rezar um terço. Porém, minha visão periférica viu o mendigo sair e um ladrão entrar na sacristia. Senti medo. "Será que ele veio nos roubar? E se ele me matar?" Em meu interior, rezava mais e mais alto, clamando pela minha vida.
Quando terminei o terço e o ladrão saiu. "Obrigado Senhor!" Mas logo após, entrou um casal de jovens que eu conhecia. Ela era mais nova que eu e estava grávida de poucos meses, eles estavam esperando um filho antes do casamento. Julguei. Nos meus pensamentos, apedrejava aquele casal jovem pela sua irresponsabilidade e inconsequência.
O sino da igreja tocou três vezes, indicando que já eram 9 horas da manhã. Peguei o jornal da missa daquele dia e, no evangelho, Jesus dizia: "Quem não tem nenhum pecado, que atire a primeira pedra." Foi quando recobrei a consciência; quem era eu para julgar? Estava ali em busca do perdão, mas o que eu fiz foi o contrário. Pequei na Santa Casa de Deus e perante Ele.
Envergonhei-me como Adão e Eva quando descobriram que pecaram e estavam nus. Onde foi parar minha humildade? Não fui serva, fui filha pródiga. Chorei.
Senti uma mão atrás de mim e uma voz me perguntou:
- Por que choras?
- Porque pequei. - respondi - Vim à casa do Pai em busca do perdão e o que fiz foi temer o mundo e julgar meu próximo. Choro, pois estou envergonhada, não sou a cristã que pensei que fosse.
- Vou te contar um segredo. Vê aquele crucifixo ali no altar? Aquele homem que está representado ali morreu há muito tempo atrás, derramando seu sangue por amor ao Pai e à nós em redenção dos nossos pecados. Se você se sente mal por pecar, ótimo! Porque prova que o sacrifício da cruz não foi em vão e você tem a salvação. Basta tentar se redimir com o Pai e com seus irmãos.
Saí em direção a sacristia, sem nada a dizer, prendendo as lágrimas e apertando os passos. Adentrei-me sem permissão e ajoelhei-me perante o padre.
- Perdão padre! Pois pequei em atos, palavras, pensamentos e omissões! Perdoe-me! - clamei chorando.
- Dos teus pecados já não me lembro mais... - disse uma voz diferente do meu pároco.
Olhei para cima e vi Jesus vestido de branco. Minha boca se abriu e mais nenhuma palavra saía.
- Estive aqui, esperando por você o tempo todo. Adiastes teu próprio perdão por pensar que eu estava ocupado... Persona Christi vive em todo o lugar, principalmente nos irmãos que julgaste. Mas agora aprendeste que estou aqui para te perdoar a qualquer momento, contanto que estejas arrependida como agora. - disse ele a mim, estendendo a mão.
Segurei em sua mão e levantei dizendo:
- Obrigado Senhor!
Senti outra mão no meu ombro que me fez acordar. Foi tudo um sonho bom, um sonho que Deus me dera para lembrar-me que, por mais que peque, Ele me ama e me perdoa. Era hora de me confessar depois tantas horas na fila da confissão comunitária. E, assim, fui. Mas com um sorriso no rosto, pois Deus me ama.
Ana Luiza Pereira
Oie adorei o texto muito criativo e o blogger e super teen pode seguir de volta ja to te seguindo beijos ..
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