Os ramos da traição

Hoje é domingo, um dia de festa na Igreja. Dia que damos Hosana aos mais alto dos céus, dia de recebermos Cristo, nosso Senhor, como Rei do povo com ramos de oliveira em mãos e cantos na boca. Jesus retorna com seus ensinamentos de humildade e amor após jejuar e passar por provações por quarenta dia num deserto. Quando criança, achava estranho pensar que semana que vem, o mesmo povo que o recebe com ramos na mão, o trai, vira as costas e não o reconhece como seu Rei e Mestre. Qual foi o maior erro de Jesus? Ele  não erra, mas confia em seu povo, como um Pai confia em seu filho, e seu povo o exigia crucificado. 

Hoje, vejo nessa passagem um vislumbre da natureza humana. É muito fácil receber uma pessoa em festa, dizer que a ama, mas testemunhar contra a mesma quando ela mais precisar. Somos o povo de Deus e hoje carregamos os ramos da nossa própria traição. Talvez, se Ele retornasse hoje, ainda seríamos mesquinhos e sucederia os mesmos acontecimentos. Na verdade, já fazemos. Quantas vezes nos alegramos no Senhor por passar por um momento difícil? Sabemos que Ele estava conosco, mesmo que falemos pouco “Obrigado” e mais “Por favor”. Contudo, quando Deus nos põe à prova de fogo a nossa própria fé, recuamos. Quantos testemunhos de fé renovada nós demos? Respondo esta questão: quase zero. É difícil renovar nossa fé quando o fácil é dar as costas para Deus quando Ele precisa de nós, é difícil dizer-se “de Cristo” se nos sentimos coagidos e com medo, então negamos quantas vezes for como Pedro fez ao negá-lo por três vezes. 

Contudo, não há problema em ir e voltar para os braços do Pai. Deus nos acolhe e nos deseja com todas as suas forças. Ele nos perdoa em toda sua misericórdia e nos ama em todo o seu coração, apesar de toda e qualquer traição que possamos fazer contra Ele. Ele deseja que sigamos os Seu caminho, caminho que Ele preparou para nós, mas é um caminho cheio de pedras e espinhos, cair é normal e querer se desviar também, mas Ele ainda nos ama e nos quer por perto. Se Ele é o nosso Pai e a Bíblia nos diz para que guardemos e sigamos os mandamentos de Deus, todos os dez dizem respeito a Ele e seu amor por nós, mas sobretudo estes: “Amar a Deus sobre todas as coisas” e “Honra Pai e Mãe”. Ele quer que nós O honremos e O obedeçamos. Respeito e diálogo são os pilares principais para uma boa relação com Deus-Pai. 

Entretanto, eu proponho nesse texto e neste dia de Ramos uma reflexão: quantas vezes mais carregaremos os ramos de nossas traições? Quantas vezes mais o daremos as costas, não ouviremos seus conselhos e seguiremos com as regras do mundo e não de Deus? Sejamos filhos, sejamos servos e sejamos testemunhas de um Deus vivo e de uma fé renovada. 

Ana Luiza Pereira

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