Carente. Lia as cartas românticas que nunca tivera coragem de enviar. Acariciava o rosto da foto, rosto no qual não teve a oportunidade de tocar. Beijava aquela boca que, ao menos nos sonhos, sabia que nunca abandonaria.
Viver? Para que?! Amar é mais importante!
Mesmo assim, seu amor paradoxal a matava. Vivia e morria cada dia, cada vez mais.
Na verdade, se rastejava. Todos os dias, as vezes até um pouco mais. Rastejava-se na ilusão da esperança do impossível. Rasteja todos os dias, esquecendo-se de si. Rasteja todos os dias deixando um pedacinho do seu egoísmo pelo caminho.
Ana Luiza Pereira
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